WEB:
30 ANOS DO ADVENTO DA INTERNET.
Nestes primeiros trinta anos do advento da rede mundial de
computadores Internet – a World Wide Web tornou-se pública em 1993 – todos os
olhos estão voltados para os influenciadores, os criadores de conteúdo e,
principalmente, para as redes sociais.
Não importa se é uma página do Facebook, um perfil
do Instagram ou vídeos do YouTube e do TikTok, a absurda necessidade de
aparecer, de se mostrar e de comentar e dizer às pessoas o que a gente pensa,
alimenta um engajamento doentio em nível mundial, que mantém os sites e
plataformas como objetos de interesse, 24/7, mas nem sempre com as melhores
intenções.
Infelizmente não há como fugir da realidade de que nesse aspecto
– e apesar do fabuloso cabedal de conhecimento e progresso que trouxe para a
humanidade – a Internet também criou uma ilusão em massa. Insuflou egos,
acirrou polêmicas, gerou ódio e até conflitos, pessoais, sociais, políticos e
econômicos. Nivelou a cultura por baixo, tornou superficial o conhecimento
geral e prejudicou definitivamente o conceito de estudo e leitura que
praticávamos no mundo analógico.
Milhares de pessoas hoje alimentam a ideia errada de que o
que elas pensam sobre determinado assunto tem importância. Algumas até
acreditam que isso seja o principal motivador de quem elas são e que o mundo
precisa conhecê-las de qualquer maneira.
Os árbitros
da sociedade
Mas não se iludam, o que se passa dentro da
sua/nossa cabeça não importa para ninguém além de você/nós, porque o mundo só
presta mesmo atenção nas ações reais que praticamos.
E infelizmente assistimos cada vez mais ao impacto negativo
desse comportamento nas seções de comentários em todas as redes sociais,
plataformas e sites na Internet. É uma tendência muito triste ver pessoas
incessantemente denegrindo e ridicularizando conquistas e excelência legítimas
de terceiros, como se isso de alguma forma as elevasse.
As farpas mais ferozes são praticamente sempre direcionadas a
pessoas que ganharam ou ganham muito dinheiro, são felizes ou conseguiram subir
na vida, como se isso fosse uma forma de injustiça e uma perversão de como o
mundo deveria realmente ser.
Esses palermas se consideram árbitros da sociedade e do modo
de vida dos outros e destilam todo seu ódio em relação àqueles que
diligentemente continuam entendendo o mundo como um lugar de honestidade,
decência e trabalho para poderem desfrutar adequadamente de todos os benefícios
sociais. Como sempre foi antes do nivelamento digital negativo da Web.
A internet
pode acabar amanhã?
Vejam esse abominável hábito de denegrir todos que não vivem,
não consomem nem pensam como você/nós. Isso não faz desses críticos pessoas
melhores do que nós, na realidade os transforma nos babacas modernos. É uma
mentalidade de derrotados e que está cada vez mais difundida.
Pessoas que vivem comentando negativamente sobre tudo e
todos, mas não produzem elas mesmas nada de valor, isso revela o verdadeiro
espírito dos perdedores. Enquanto insistirem em comparações e críticas
motivadas unicamente pela inveja, pela preguiça e a falta de motivação de serem
úteis, essas pessoas continuarão sendo perdedores, estimulando a discórdia, a
cizânia e a intolerância digital.
Uma rápida olhada nos perfis dessas pessoas revela
imediatamente sua superficialidade e total falta de importância, porque pessoas
bem-sucedidas, ambiciosas e realizadas não perdem tempo criticando
mundanamente, a menos que seja de forma séria e fundamentada, para ajudar
outros a evoluir.
E
o maior mal que fazem é justamente aos mais jovens. Aos adolescentes que já
cresceram sob a influência absoluta da Internet e não alcançam os sólidos
exemplos educacionais e morais do mundo analógico que nós vivemos. Uma
verdadeira tragédia educacional eletrônica, que está formando adultos
imbecilizados e, sobretudo, incapazes de competir nos embates da sobrevivência
na vida cotidiana.
Se a Internet acabasse amanhã o que todos esses comentaristas falidos e
recalcados teriam para mostrar – e fazer – na vida?
Texto original publicado na Tribuna Nacional/By: Nehemias
Gueiros/Imagem: Internet
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