Pandemia: A grande imprensa mundial tenta superar a crise com publicações online
Editoria: ANIBRPress
O desenho da grande imprensa
alimentada pelos jornalões é hoje um pálido quadro em pleno declínio da
imprensa escrita que demonstra desaquecimento na venda em banca e por
assinatura. No mundo, desde o início da crise do novo coronavírus, a cada cinco
jornais diários, dois encerraram sua circulação, dos três restantes, a solução
para manter a editora e suportar a pressão da perda de mercado, foi se jogar de
corpo e alma na audiência digital dos jornais, medida que disparou em todo
planeta.
Classificando os dez melhores
jornais do mundo ou os maiores jornais do mundo. Elas podem variar um, dois ou
até três títulos, mas há uma unanimidade quanto aos melhores, constituindo-se
quase uma obrigação do cidadão bem informado ler ou ter um contato, pelo menos
com um deles, diariamente. Informou o conceituado site: Comunicação &
Crise.
Os dez melhores jornais do
mundo
São considerados os dez melhores jornais do mundo, podendo não ser uma unanimidade: The Guardian (Inglaterra); The
New York Times (EUA); The Times of Índia (Índia); The Washington Post (EUA);
The Wall Street Journal (EUA); Chicago Tribune (EUA); El País (Espanha);
Financial Times (Inglaterra); The Times (Inglaterra); The Boston Globe (EUA).
Como se pode ver a lista, os EUA comandam a massa leitora.
Os mais lidos do mundo
Este é outro ranking
interessante, de julho de 2018, que leva em conta não só a tiragem, mas também
os acessos online. The Guardian
(Inglaterra); The Wall Street Journal (EUA); The New York Times (EUA); The
Washington Post (EUA); China Daily (China); The Times of India (Índia); The
Sydney Morning Herald (Austrália); The Asahi Shimbun (Japão); Dawn (Paquistão)
e Zaman (Turquia).
Japão lidera com folga as tiragens
(em milhares de exemplares)
The Yomiuri Shimbun (Japão)
- 9.101; The Asahi Shimbun (Japão) - 6.622; USA Today (EUA) - 4.139;
Dainik Bhaskar (Índia) - 3.818; Dainik Jagran (Índia) - 3.308; The
Mainichi Newspapers (Japão) - 3.166; Cankao Xiaoxi (China) - 3.073; Amar
Ujala (Índia) - 2.935; The Times of Índia (Índia) - 2.836; The Nikkei (Japão) -
2.729. De longe quatro veículos japoneses lideram o ranking das tiragens.
De acordo com o relatório de
2020 do instituto Reuters. "A crise acelerou, praticamente sem margem para
dúvidas, a transição para um futuro 100% digital". “O declínio nas vendas,
se deu por uma única razão, a falta de interesse em receber assinaturas, o
custo do envio, e a pulverização das editorias, que estagnou o mercado, com
milhares de títulos. Mas foi o advento da digitação, e o jornal eletrônico que
fulminou e pressionou o mercado dos jornalões”, explicou o jornalista e influenccer,
presidente da Associação Nacional e Internacional de Imprensa – ANI, Roberto
Monteiro Pinho.
O
raio-x da crise pandêmica/o mercado online
Na AL o Brasil e México abandonaram
provisoriamente o papel e se concentraram no suporte digital, ou pularam
algumas edições. Nas Filipinas, 10 dos 70 jornais que integram o Instituto da
Imprensa (PPI) encerraram as atividades devido à pandemia. "São tempos
difíceis: não há anunciantes e ninguém lê os jornais", declarou à
reportagem o diretor executivo da PPI, Ariel Sebellino. “Os pequenos jornais
locais, que registraram quedas expressivas nas vendas após as medidas de
confinamento, são os mais afetados”, lamentou.
Em todos os continentes, o
desaparecimento progressivo das edições impressas afeta toda a cadeia de
produção: dos jornalistas até os pontos de venda das publicações, passando
pelos produtores de papel, gráficas e distribuidores. No Reino Unido, as
principais publicações ganharam 6,6 milhões de leitores on-line no primeiro
trimestre, um recorde. Mas a maioria dos jornais não recuperou o número de
vendas em papel. "Esta é a maior ameaça para a indústria mundial da
informação desde a crise econômica de 2008", advertiu a revista
especializada Press Gazette (que abandonou o papel em 2013). Um total de 250
jornais locais fechou as portas no país entre 2005 e 2018: um em cada três
jornalistas pode perder o emprego.
Crise global
Nos Estados Unidos, dezenas
de jornais fecharam ou anunciaram fusões com os concorrentes locais desde o
início da crise, segundo o instituto Poynter. Os jornais americanos demitiram
metade de seus funcionários entre 2008 e 2019, de acordo com o instituto Pew. Os
jornais gratuitos, como Metro e Destak no Brasil ou
o 20 Minutes
na França, também suspenderam temporariamente sua publicação. Eram financiados
com publicidade e distribuídos em zonas de grande densidade.
Na Alemanha, "antes da
crise do coronavírus, todas as editoras ganhavam dinheiro, apesar do número de
exemplares vendidos em queda constante", afirmou à reportagem o presidente
da Federação de Jornalistas, Frank Überall. "Hoje é muito diferente, mas a
imprensa escrita tem um futuro brilhante pela frente. Muitos leitores ainda
querem o jornal na mão. E as pessoas mais velhas, em particular, ainda não usam
o digital em larga escala", completou.
Durante os últimos 30 anos,
os jornais já tentaram diminuir a dependência do papel com a redução de
formatos, diversificando e investindo na internet. Mas a maioria não encontrou
uma solução. "Inclusive em mercados muito pequenos, Facebook e Google
ficam com 75% da receita digital", destaca Penelope Abernathy,
ex-vice-presidente do Wall
Street Journal e do New
York Times, professora de Economia dos Meios de Comunicação na
Universidade da Carolina do Norte. "A mídia divide as migalhas".
As maiores publicações
conseguem seguir adiante: o New
York Times viu seu faturamento on-line superar pela primeira
vez a receita em papel no segundo trimestre. "O impresso sobreviverá de
alguma forma", diz Penelope Abernathy, que compara os jornais com os
livros, que sobrevivem ao suporte digital. Há um futuro na assinatura, para as
revistas, para os grandes jornais alguns dias por semana, "e recordaremos
com nostalgia da era dos jornais", conclui Abernathy.
No EUA não foi diferente
Nos Estados Unidos, um
quarto (25%) dos jornais que existiam em 2004 encerram suas publicações. A
maioria dos que desapareceram eram jornais pequenos, ou semanais. Tornaram-se semanais,
e isso não funcionou. Passaram para versão digital apenas e depois
desapareceram. “Como conseqüência disso, desde 2008, metade dos jornalistas da
imprensa escrita foi demitida”, explicou Monteiro.
Hoje circulam cerca de 150
grandes jornais regionais. Embora tivessem esperança de se manter, no início de
sua transformação digital, acabaram sem captar e de gerar receita por meio de
publicidade, ou assinaturas. Parte dos grandes grupos de jornais era negociada
na Bolsa, sabíamos o que faziam. Seus novos donos são empresas privadas, ou
fundos especulativos. Sua prioridade é pagar dividendos. Podem chegar e cortar
orçamentos de forma muito mais agressiva.
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